Redacção 102


Sobre o velho “TAL & QUAL”
Junho 17, 2007, 12:45 pm
Filed under: Análise

Corria o ano de 1980 e os portugueses celebravam a ainda jovem liberdade cujo parto havia sido feito pelos Capitães de Abril seis anos atrás. Joaquim Letria não era diferente dos demais portugueses e também celebrava a sua liberdade expressando-se sobre os mais variados assuntos no Tal & Qual, um programa de sua autoria que passava na RTP2 ao sábado. Vivendo áureos anos de autonomia (com Carlos Cruz como director do canal) esta tornava-se a condição favorável para que o jornalista se expressasse de forma livre. Mas claro que todas as histórias têm reviravoltas e esta não é excepção. No ano anterior, era formada uma coligação de direita que tinha na frente, como representante, o líder do PSD, Francisco Sá Carneiro. Esta Aliança Democrática constituída por três partidos (PPD/PSD, CDS/PP, PPM) lançava cada vez mais deputados nas eleições legislativas e em Janeiro de 1980, convidada a AD a formar Governo, Maria de Lurdes Pintassilgo era substituída pelo líder da Aliança. Imediatamente começavam as mudanças.

Incomodado pelas verdades “inconvenientes” (Al Gore que me perdoe a apropriação do termo) que passavam no Tal & Qual, eis que o Governo resolve reviver os saudosos tempos de censura de outrora e pressiona o director Carlos Cruz a tirar o programa de Letria da emissão. Sem outra opção, Carlos Cruz dá a derradeira notícia ao comunicador. “Tentaram cortar-me as pernas…eu é que não fui nisso!” comenta Joaquim Letria. E realmente ele não foi nisso. Soube da notícia e em vez de, à semelhança do bom português, se ter entristecido com ela e ter entrado na inércia do “paciência! Que se há-de fazer?”, o jornalista pensou “Tenho seis dias para fazer um Jornal”. Inspirado pela experiência inglesa e pela imprensa de boulevard francesa, nessa semana criou o primeiro tablóide português de qualidade. Contactou Hernâni Santos, Ramón Font, José Rocha Vieira e o repórter Luís Marques (hoje na Administração da RTP) e formou a redacção do Jornal. Fez um telefonema para uma gráfica e, apoiado pelo seu bom-nome, conseguiu um crédito para esta primeira edição. Sábado de manhã eis que aparecia nas bancas o Tal & Qual, um segundo semanário como alternativa ao Expresso.

“Os meios eram mínimos. Mas não víamos o jornal como forma de fazer carreira. Era a nossa hipótese de fazer jornalismo de investigação”.
Num país onde jornais e jornalistas eram controlados pelo Estado, eis que aparece um jornal que falava fundamentadamente e sem meias verdades. Impossibilitados de publicar alguns dos seus trabalhos nos jornais para os quais trabalhavam, muitos jornalistas procuravam o Tal & Qual que, uma vez provada a veracidade e fidelidade dos factos narrados, tirava as suas notícias do segredo dos Deuses e lançava-os para a luz da visibilidade pública. Era o nascimento do freelancing. Nomes como Jorge Morais, Vidal Moutinho, Miguel Sousa Tavares, Eugénio Alves passaram pelo Tal & Qual. João Prudêncio, actualmente chefe de redacção da delegação da Lusa no Algarve , afirma: “75% do que sei hoje sobre prática jornalística, aprendi nos meses em que estive no Tal & Qual.

Joaquim Letria não escrevia para as grandes elites. O Tal & Qual dava voz ao pobre e ao fraco e era sobretudo a esse público que este se destinava. Instruir o cidadão acima de tudo. Este jornal, em tudo inovador e forte na questão da investigação, trouxe a público os mais variados escândalos, como o caso Dona Branca, mas manteve sempre o decoro de notícias que respeitavam os limites éticos e deontológicos. A confirmá-lo estão os cerca de 150 processos que em dois anos foram levantados e todos eles ganhos.
Durante quatro anos, o Tal & Qual foi ganhando cada vez maior credibilidade. Temido pelos “Galos donos dos Ovos”, parafraseando Sérgio Godinho, o semanário marcava a agenda com um “jornalismo de ponto” irreverente, dinâmico, constituindo na altura um forte formador da opinião pública portuguesa e funcionando como um forte instrumento de denúncia. Apesar do preconceito que aparece sempre associado ao tablóide, Joaquim Letria, fundador e idealista do Tal & Qual, sabia da relevância que estes jornais traziam na sociedade, e fê-lo com uma qualidade inegável. Daí que se reconheça ao antigo Tal & Qual o estatuto de escola. Mas o que gerou a queda do Tal & Qual?

Vários factores poderão estar na origem do declínio. Primeiro, o afastamento de Joaquim Letria que foi convidado a desempenhar um cargo em Belém e, achando incorrecto manter-se em ambos, optou livremente por se afastar do jornal. Eis que José Rocha Vieira se torna director do Tal & Qual, fazendo-o crescer ao longo de vários anos. Mas quando se associa à francesa Edipress, esta começa a fazer pressão para a criação de um diário: nascia então o 24 Horas. À medida que este crescia e se expandia o Tal & Qual foi ficando relegado para segundo plano, perdendo qualidade. Ao fim de algum tempo, parte da Edipress é comprada pela Pt. Pinto Balsemão, que formava então o grupo Impresa, comprou à empresa francesa o Tal & Qual e o 24 horas e o jornal mudou completamente a linha editorial que o caracterizava.

Hoje pouco ou nada resta do conceito original do jornal. Foi-se hibridizando, misturando e ficando um conceito cada vez mais indefinido, e os envolvidos no “projecto inicial”, como Joaquim Letria ou Mário Zambujal, entrevistados pela Redacção 102, viram com tristeza o decair do inovador semanário português. O que era um jornal de informação de qualidade, pioneiro na investigação e rigor deontológico da informação, é hoje um jornal apagado de dinamismo, de sensacionalismo puro e de estrutura editorial irregular. Enfim…perdera-se tudo aquilo que fazia dele ”o tal”.

| Rita Justino |



Eleições Intercalares na Câmara Municipal de Lisboa
Maio 25, 2007, 1:02 pm
Filed under: Actualidade, Opinião

No dia 15 de Julho Lisboa vai a votos. A meio do mandato a equipa e o projecto de Carmona Rodrigues começaram a desmoronar-se e a entrar num beco sem saída. O processo Bragaparques foi a faísca que despoletou o princípio do fim. Quando Fontão de Carvalho, vice-presidente da edilidade lisboeta, foi constituído arguído no referido processo com a acusação de peculato toda a estrutura da Câmara Municipal tremeu.
A partir desse momento os holofotes mediáticos viraram-se para Carmona à espera do seu próximo passo. E não foi preciso esperar muito tempo por mais desenvolvimentos, pois coube ao Ministério Público retirar a pouca ou nenhuma estabilidade que ainda restava no aparelho camarário lisboeta constituindo igualmente Carmona Rodrigues como arguído no mesmo processo relativo a uma permuta ilegal de terrenos entre a CML e a Bragaparques.

A indecisão ou a dificuldade em ceder o poder e marcar eleições intercalares danificaram ainda mais a personalidade do Edil face aos seus eleitores. A decisão tomada por Carmona de continuar na liderança da CML apenas precipitou a demissão dos vereadores que restavam, causando assim a falta de quórum na Assembleia Municipal necessária para despoletar o processo que culminará nas eleições intercalares com data por definir.
Muitos dirão que o processo governativo de Carmona estava condenado à partida, dada a situação que herdou dos seus antecessores na CML. Uma Câmara endividada, obras polémicas a decorrer um pouco por toda a cidade, pressão constante dos Vereadores da oposição, o desgaste sofrido com a troca de cargos com Pedro Santana Lopes ocorrida no passado, todos estes elementos e mais alguns contribuíram para o desgaste do Eng. Carmona Rodrigues.
Segue-se agora o período de indefinições. Indefinições quanto ao futuro de Carmona, indefinições quanto ao futuro da CML e indefinições quanto aos candidatos à liderança do município mais importante do país.

Nas últimas semanas têm-se sucedido as confirmações dos nomes escolhidos pelos partidos para liderar a conquista de Lisboa. Na esquerda, o PS apresentou o número dois do governo de José Sócrates, António Costa. Ruben de Carvalho foi o escolhido pelo PCP e José Sá Fernandes foi a escolha unânime do BE. Também Garcia Pereira não faltou à chamada, apresentando-se como candidato pelo PCTP/MRPP. Na direita a situação esteve até há pouco tempo por resolver, pelo menos no que toca ao PSD, que após terem surgido os nomes de Fernando Seara e Ferreira do Amaral acabou por oficializar a candidatura de Fernando Negrão. O PP, pela voz do seu líder Paulo Portas, anunciou no recente congresso do partido que Telmo Correia seria o homem para Lisboa e Manuel Monteiro é o candidato do PND. Os candidatos independentes são Helena Roseta, ex-militante do PS, que inclusive já recebeu o apoio do candidato do BE, José Sá Fernandes, e Carmona Rodrigues, que depois de muita hesitação parte sem o apoio do seu partido para uma hipotética renovação do mandato.
Existe também alguma especulação à esquerda, onde a hipótese de uma coligação nunca foi posta de parte, ainda que só seja provável acontecer caso o PS necessite dos votos dos outros candidatos de esquerda para atingir a maioria absoluta. Garcia Pereira foi peremptório no que diz respeito às coligações dizendo: “agora é tempo de forçar o debate e depois de se falar em coligações”

De todas as nomeações acima apresentadas a que causará maior celeuma é a de António Costa. Segundo homem do aparelho governativo português, logo atrás do Primeiro-Ministro Sócrates, Costa deixa o governo numa fase crucial para o país, abdicando das políticas e das reformas que defendeu com unhas e dentes apenas pelo hipotético cargo de poder em Lisboa.
Com a época dos incêndios a chegar e a reforma nas forças policiais em curso, pensamos que esta saída do Ministro da Administração Interna é mais um exemplo da extrema irresponsabilidade que varre os políticos portugueses, pondo os interesses partidários à frente dos interesses do país e dos portugueses. Bom seria que esta situação se reduzisse à vontade de dominar a todos os níveis deste PS de Sócrates, mas como o passado nos ensinou, esta não foi a primeira nem será a última vez em que a sede de poder se irá impor ao dever de serviço público, infelizmente.
Não sabemos qual será o destino de Lisboa nem quem irá dirigir os destinos dos lisboetas nos próximos anos, mas continuamos extremamente desiludidos com o rumo que leva o poder no nosso país.
Também não fazemos futurologia, mas apostamos que caso António Costa não vença as eleições intercalares não demorará muito a estar novamente sentado na cadeira de ministro de uma qualquer pasta do governo, tal o descaramento e falta de escrúpulos que quase parecem inatos ao perfil de político em Portugal.
Esperemos então que vença o candidato mais bem preparado para o cargo e para servir os interesses de Lisboa. Se fosse possível também seria agradável ver uma campanha eleitoral justa, correcta e saudável entre os vários candidatos, se não for pedir muito.

Bruno Nunes | Pedro Guerreiro



Restrições ao tabaco
Maio 24, 2007, 10:55 pm
Filed under: Opinião

Mais ou menos a brincar, Luíz Felipe Scolari e Rosa Mota juntaram-se, no passado dia 17 de Maio de 2007, a centenas de crianças para fazer a fiscalização do fumo na praia de Matosinhos Sul. O controlo, que deixou muitos fumadores surpreendidos, teve contornos risíveis, sendo efectuado pelo seleccionador nacional de futebol e pela
ex-maratonista, mas também por muitas dezenas de crianças que, de lata na mão, reclamavam vinte cêntimos de multa a cada fumador em prevaricação.
A iniciativa, acatada por todos com sorrisos e bom humor, precede o que aí vem e que decerto não será de tão bom grado à maioria dos fumadores.
Como Irlanda, Suécia, Itália, Malta, Espanha ou Bélgica, Portugal vai avançar para restrições ao fumo “recomendadas” pela União Europeia e que reflectem, no fundo, lícita consternação. Os dados mostram que o tabagismo passivo provoca a morte de cerca de 80 000 pessoas anualmente na U. E., que é, queira-se ou não, um número demasiado assustador para ser ignorado. Não foi, e ainda bem.
Porém, concordar com as restrições ao consumo de tabaco não significa que devamos pactuar com uma campanha pela moral e bons costumes que parece ter vindo a ser feita. Os malefícios do tabaco são sobejamente conhecidos por todos, crianças, jovens e adultos, e o conhecimento destes factos não se deve decerto às letras negras e gordas presentes nos maços de tabaco de há uns meses a esta altura. Os malefícios do tabaco são unanimemente reconhecidos e os alertas são constantes e diários, até para as crianças e jovens, que, mesmo em fase de risco, estarão mais bem informados que boa parte dos adultos.
E sendo assim, é infundada uma campanha moralista que se mostra transversal e ataca em todas as frentes. Recentemente, foi proibida a publicidade de tabaqueiras nos carros de Fórmula 1 em pistas europeias, a inserção de avisos e advertências (inúteis?) a negro nos maços de cigarros, as imagens que se pretendem chocantes presentes nos mesmos maços de cigarros. Mais recentemente ainda, a Motion Picture Association of America anunciou que iria passar a levar em linha de conta imagens de personagens a fumar para a classificação etária dos filmes. O que é o mesmo que dizer que determinado filme com um personagem a fumar poderá ter uma classificação etária para “maiores de 18 anos” da mesma forma que um filme de teor pornográfico ou um filme particularmente violento. Um disparate. É do conhecimento público o papel do cinema na construção da iconografia à volta do cigarro e do acto social de fumar, um vício “cool” que esteve aliado, aliás, a inúmeros clássicos e actores consagrados do cinema mundial. Lembraríamos Humphrey Bogart ou Clint Eastwood, entre tantos outros. Os seus filmes seriam hoje exclusivamente para adultos?
Não estão em causa partidarismos. Não somos nem pelo fumo, nem contra o fumo. Fumadores, seremos uns, outros não. Mas todos somos – ou devemos ser – pela liberdade e pela saúde.
As restrições são, na sua generalidade, positivas e benéficas para os cidadãos.
O inconcebível é o quixotesco lobby feito em variados quadrantes, que parece querer combater moinhos de vento.

Pedro Guerreiro | Bruno Nunes



A União Europeia dos nossos dias
Maio 24, 2007, 8:44 pm
Filed under: Opinião

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Nascida a 9 de Maio de 1950 na tentativa de “acalmar os ânimos” de um possível cenário bélico, a Comunidade Europeia (CE) teve como berço a França, país fomentou a sua criação. A proposta foi aceite de imediato pela Alemanha, Itália, Países Baixos e Luxemburgo. Jean Monnet, um dos protagonistas e representante francês no nascimento da actual União Europeia (UE), justifica a sua criação na declaração redigida por si e lida por Robert Schuman (Ministro dos Negócios Estrangeiros Francês), por permitir uma “colocação em comum de produções de base e da instituição de uma Alta Autoridade nova, cujas decisões ligarão a França, a Alemanha e os países que a ela aderirem”, pois esta “proposta constituirá a primeira base concreta de uma federação europeia, indispensável à preservação da paz”. Estavam, desta forma, reunidas as condições para que na Cimeira de Milão, em 1985, fosse tomada a decisão de “registar” o dia 9 de Maio como o “Dia da Europa”.

Actualmente a data é comemorada por toda a Europa e Portugal não foi por isso excepção. No passado dia 9 de Maio, o Centro Cultural de Belém, em Lisboa, serviu de palco para o seminário presidido por Manuel Lobo Antunes (Secretário de Estado dos Assuntos Europeus) e pelo ex- Presidente da República Mário Soares.
A região algarvia também não ficou indiferente a este dia. A Universidade do Algarve, associada à CCDR Algarve, recorrendo aos seu Centro de Documentação Europeia (Centro Europe Direct e Euro Info Centre) e com o contributo da AMAL, da Câmara Municipal de Tavira e do INATEL associaram-se na organização, durante os dias 9 e 10 de Maio, de um programa de diversas actividades que incluíram exposições, uma feira de informação, desporto aventura e um seminário sobre a “Mobilidade nas pequenas cidades europeias”.
É certamente importante que se faça sentir este tipo de comemorações, contudo será este o reflexo de uma Europa mais unida ou uma tentativa frustrada de fazer valer esta “união” nem que seja pela celebração durante um dia por ano?
De facto, muitas foram as metamorfoses por que esta organização internacional já passou mas será que mantém a sua essência? Este espírito de união será o reflexo de uma Europa cada vez mais coesa, onde os seus actuais vinte e sete estados-membro mantêm uma comunicação saudável ou não passaremos de simples “vizinhos” que apenas se encontram na hora da tomada das “grandes decisões”.

A ideia de uma Europa que preserva a diversidade, liberdade e mobilidade dos seus membros é essencial para o seu bom funcionamento. Mas estes ingredientes não chegam quando falha o mais importante: a questão da identidade europeia. De certeza que nem todos os cidadãos europeus se identificam com esta “existência”. É neste sentido que poderão surgir os primeiros conflitos internos, nomeadamente, quando se coloca a hipótese da perda de identidade dos países que dela fazem parte, o que faz fervilhar os sentimentos nacionalistas e patrióticos dos mais entusiastas.
É, de facto, viável que se possa combater esta possível realidade desde que seja preservado o respeito pela diversidade cultural, étnica e valorativa de cada país membro, sublinhando uma das premissas que rege a Europa Comunitária: “A unidade na diversidade”.
Parafraseando as palavras do actual Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, na sua intervenção proferida na Iª Sessão do Encontro Informal dos Chefes de Estado do “Grupo de Arraiolos”, em Riga, na Letónia, a Europa para agir como um “actor global, necessita de ser um actor confiante”.
É essencial que a Europa não se feche dentro de si própria e procure antes de mais comunicar com o mundo. É determinante que se fortaleçam os laços entre os diferentes países, pois um “actor global, pensa globalmente e age globalmente”. África, como diz Cavaco Silva, é um bom exemplo do nascimento desta entreajuda que poderá ser benéfica para ambos os continentes pois “é tempo de falarmos com África em vez de falarmos de África”.

Perante um Europa que está longe de desempenhar o papel de uma super potência e com uma união política ainda por definir, como provou a Constituição proposta que não foi aprovada em 2005, são fortes os indícios de que ainda nem todos confiam no projecto europeu.
Este ano, no dia 1 de Julho, cabe a Portugal o desafio de assumir a Presidência da União Europeia, pela terceira vez (já assumiu o cargo em 1992 e 2000). Os temas quentes, que vão desempenhar um protagonismo acrescido na “agenda política”, da presidência portuguesa serão as alterações climáticas, a biodiversidade, a escassez da água e a seca. Resta-nos esperar para ver se Portugal consegue corresponder às expectativas e surpreender-nos a todos com uma boa liderança. Pelo menos se depender das palavras do Presidente da República, Portugal “tudo fará para prosseguir as prioridades estabelecidas. Confio no nosso sucesso”, certamente que nós também.
Para que o cenário de uma Europa verdadeiramente unida seja mais do que uma simples utopia é determinante que cada um de nós assuma o papel de actores presentes no quotidiano da realidade europeia, marcando sempre presença no dia das suas maiores estreias, pois no palco não se encontram apenas os principais actores (políticos) mas também os secundários e os figurantes, sem os quais a peça não faria qualquer sentido…

Diana Gómez | Fábio Ventura | Hugo Mendes

Fontes:

Texto: “O que é o dia da Europa?” in Site da União Europeia: http://europa.eu/abc/symbols/9-may/euday_pt.htm
“documento”, pelo Presidente da República Aníbal Cavaco Silva in Courrier Internacional, pág. 34,Edição nº 107, de 20 a 26 de Abril de 2007
Artigo: “Sotavento Algarvio associa-se às comemorações do Dia da Europa” in Região-Sul on-line: http://www.regiao-sul.pt/noticias/noticia.php?id=72816
Artigo “Dia da Europa” in SIC online: http://sic.sapo.pt/online/noticias/mundo/Dia+da+Europa.htm
Artigo “Presidência portuguesa da UE dá atenção a alterações climáticas e seca” in: http://www.ambienteonline.pt/noticias/detalhes.php?id=5156



Palco da RUA na Semana Académica do Algarve 2007
Maio 20, 2007, 1:44 pm
Filed under: Opinião

Durante dez dias, a Semana Académica do Algarve levou dezenas de milhares de pessoas ao Largo de S. Francisco, para mais uma grande festa universitária. Foram tardes e noites atractivas, graças às várias actividades desportivas, às barracas de curso e, claro, aos concertos distribuídos pelos três palcos musicais. Para além do palco principal, onde actuaram as bandas mais importantes, e da tenda energética que vibrou ao som dos set dos Dj que passaram por lá, pelo segundo ano consecutivo o recinto pôde contar com o palco RUA, sem dúvida uma mais valia para o evento.

O palco da Rádio Universitária do Algarve mudou, esteve maior e atraiu mais público. Sempre com o objectivo de promover novas bandas ou dar mais uma oportunidade a bandas conhecidas a nível regional, o palco RUA apresentou-se como complemento ao palco principal e também como um “trampolim” para a música feita no Algarve. Cada banda teve por volta de vinte minutos, normalmente entre os dois últimos concertos do palco principal, para mostrar o seu talento. Foram vários os estilos de música ouvidos no palco RUA durante toda a Semana Académica: rock, pop, reggae, hip hop ou fado, e foi precisamente com o fado que o programa se iniciou, com a actuação dos Mar A Fados. O grupo constituído pelas vozes de Ana Fonseca e José Roxo e pelos guitarristas André Capela e Bruno Vítor abriu da melhor forma o palco da RUA. As actuações dos algarvios Mar A Fados costumam atrair um número significado de jovens e essa receptividade poderá aumentar com a actuação na Semana Académica 2007.

Também dignas de destaque foram as actuações dos Original Electro Groove, dos metaleiros farenses Mindlock, dos Urshiva, dos Sol Jah e dos Gi Joe que fecharam o palco da RUA com hip hop do melhor que há no Algarve.
O palco RUA mostrou ser um palco com muita importância para a autenticidade e validade da Semana Académica do Algarve, apresentando os valores regionais ao seu público. Esperemos poder contar a RUA para o próximo ano para nos dar a conhecer mais bandas novas de qualidade. Até 2008!

Filipe Silva | João Carrilho | Jorge Palma



Blind Zero, uma viagem no tempo às memórias incompletas
Maio 6, 2007, 11:01 pm
Filed under: Actualidade

Os Blind Zero fizeram uma breve passagem pelo Algarve, no passado dia 27 de Abril. A sala que recebeu a banda portuense foi o café da FNAC, no Algarve Shopping, o motivo foi um showcase promocional do álbum, “Time Machine (Memories Undone)”.

Miguel Guedes e os seus pares formaram os Blind Zero em 1994. De banda de garagem rapidamente ascenderam no panorama musical português e actualmente são uma das bandas nacionais de referência.
O primeiro trabalho discográfico, o EP “Recognize”, chegou às lojas em 1995 e esgotou em pouco tempo, pressagiando o sucesso que vem acompanhando a banda na sua carreira. Com o passar dos anos os Blind Zero cresceram, qualitativamente, e essa evolução é bem visível nos álbuns que sucederam “Trigger” (1995), o primeiro disco de originais.
2007 foi o ano escolhido para o lançamento de “Time Machine (Memories Undone)”, uma compilação que reúne o melhor da banda, nestes treze anos de existência. Contudo, não se trata de um comum best of. Este disco apresenta novas versões, mais maduras, das músicas editadas nos seis álbuns que compõem a discografia dos Blind Zero.
A Fnac, no Algarve Shopping, foi palco do showcase promocional deste novo disco. Para abrir os Blind Zero tocaram “Drive”, tema resgatado ao reportório dos Cars. Seguiram-se “Tree”, “Shine On”, “Woman” e “Skull” que, numa versão alongada com muita improvisação, fechou as hostes.
Satisfeito com o espectáculo dos Blind Zero, o público algarvio apenas lamentou a fugacidade da visita. Terá oportunidade de os rever dia 18 de Maio, em S. Brás de Alportel, no Cine-Teatro Sambrasense.

Cláudia Vargas Candeias | David Teixeira Fernandes | João Soares Carvalho



Mediação Tecnológica em Comunicação
Maio 6, 2007, 10:32 am
Filed under: Análise

Fernando Contreras elucida alunos da ESE acerca das novas tecnologias e do seu papel no mundo da comunicação

“Mediação tecnológica em Comunicação” foi o tema de mais uma palestra organizada pelo CICCOMA, que teve lugar no anfiteatro Paulo Freire da Universidade do Algarve, no dia 24 de Abril.
Foi num espanhol fácil e acessível a todos os presentes que Fernando Contreras, membro do departamento de Jornalismo da Universidade de Sevilha, começou por enumerar e explicar os objectivos da sua palestra. Esses objectivos passaram pela definição de mediação tecnológica dos media em rede (telemóvel, Internet), bem como dos seus efeitos no âmbito da comunicação.
Contreras relembrou o famoso modelo de Shannon e Weaver, bem conhecido dos estudantes de Ciências da Comunicação, ao apresentar um modelo sócio-semiótico da comunicação pautado por três fases: produção, circulação e consumo, correspondendo a esta última fase à construção da realidade, isto é, à interpretação que cada um faz sobre a informação que recebe diariamente. Segundo defendeu Contreras, é precisamente na fase de consumo que se dá a acção mediadora da tecnologia dos media, através da qual surgem algumas repercussões que o professor dividiu em três dimensões base: mediação política, social e simbólica.
Perda de responsabilidade social, falta de respeito pela vida privada e excesso de informação são alguns dos efeitos que o orador apontou como consequência do uso das tecnologias por parte dos media.
Contreras alertou ainda para o “perigo” da exclusão que pode originar esse mesmo uso, pois, tal como referiu, há ainda uma significativa taxa de analfabetismo digital. Com efeito, há ainda pessoas que não têm acesso a um computador de Internet, o que as poderá excluir da participação da vida politica e social, gerando aquilo a que Contreras chamou de “estratificação digital” da sociedade.
Em contrapartida, não foi esquecida a forte dependência que se verifica nos dias de hoje, principalmente das camadas mais jovens, em relação aos novos meios tecnológicos.
Neste sentido, foram comparados os estudos de Marshall McLuhan (também ele bem conhecido dos estudantes de Ciências da Comunicação), quando este dizia que os media eram uma extensão do próprio corpo humano e dos seus sentidos. Contreras defendeu então, que actualmente, as tecnologias (telemóvel e Internet) tomaram o lugar dessas extensões e que os indivíduos deixavam, por vezes, as verdadeiras funções da tecnologia para segundo plano.

Como ideia principal da palestra ficou a necessidade de estudo e reflexão sobre a mediação tecnológica em comunicação. Se é verdade que a tecnologia, repleta de potencial, constitui um precioso instrumento de divulgação de informação, também é preciso não esquecer que o uso dos meios tecnológicos deve ser realizado da forma mais correcta e democrática possível, sem nunca ignorar o contexto social, politico e cultural em que é inserido.
Mais uma vez, foi lembrado que o desenvolvimento tecnológico não significa, necessariamente, progresso social.
No final da apresentação da sua palestra, Fernando Contreras deu oportunidade à audiência, que o ouvia atentamente, de colocar questões. Temas como o papel da arte no mundo tecnológico e as funções do jornalista na mediação tecnológica foram também alvo da sua apreciação. Neste último tema, Fernando Contreras destacou a necessidade de o jornalista de hoje em dia e do futuro ter a necessidade de ser um “jornalista multimédia”, que tenha conhecimentos de informática e que a saiba aplicar correcta e eficazmente em todos os media em que trabalhe.

Quando entrevistado sobre a temática do jornalismo do cidadão, o professor apresentou como única objecção a formação da fonte de informação. Levando em conta o facto de toda a informação ser uma interpretação dos factos por parte de alguém, quer do jornalista, quer de uma empresa noticiosa, a maturidade da interpretação desse tipo de fonte pode ser duvidosa, sendo a informação facultada pela mesma também ela duvidosa.
Na temática da formação, quando questionado acerca das diferenças entre a formação em jornalismo em Portugal e em Espanha, Contreras indicou que, apesar de não conhecer a fundo o programa educativo português, encontra similaridades entre este e o do seu país, mencionando ainda o tratado de Bolonha e a forma como em 2010 se espera a uniformização do ensino em todo o território da União Europeia. Na questão da formação de informática dos alunos de cursos de comunicação, é sua opinião que é necessária uma formação não só em informática, mas também ao nível da engenharia dos sistemas das novas tecnologias, já que as empresas não pedem pessoas que tenham somente a capacidade de utilizar as novas tecnologias, mas também que as compreendam.

A ética do jornalismo também foi alvo de uma questão, tendo em conta a rapidez da divulgação da informação nos dias de hoje. A resposta não se fez esperar, e que mais do que a ética, segundo Contreras, é necessário que o jornalista tenha sensibilidade ao transmitir a informação, levando em conta a moral e a liberdade de cada indivíduo. Quanto à ética no uso do trabalho do jornalista, a sua resposta apontou como solução o diálogo entre os profissionais da área de forma a que haja um respeito por todos.
Fernando Contreras manifestou ainda que não acredita no fim da imprensa, mas sim no seu aperfeiçoamento com recurso às novas tecnologias.

Rita Jorge | Patrícia Silva



“A Imprensa e Opinião Pública em Portugal” pelo olhar de José Manuel Tengarrinha
Maio 1, 2007, 1:12 pm
Filed under: Actualidade

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Consciente da necessidade de um estudo que fornecesse uma perspectiva histórica da evolução da opinião pública em Portugal, José Tengarrinha entrega-se a esta tarefa e desenvolve um trabalho inédito e, tal como o próprio defende, “necessário”.

Imprensa e Opinião Pública em Portugal é o título da obra do historiador e tema de um seminário apresentado no dia 12 de Abril, na Universidade do Algarve, direccionado para os estudantes das disciplinas de Literacia dos Media e Investigação e Pedagogia dos Media.
Num primeiro momento, Tengarrinha fez uma exposição dos conteúdos abordados na obra, segundo uma ordem cronológica compreendida entre os meados do século XVII e a queda do Estado Novo, relacionando a influência dos diversos poderes políticos sobre a imprensa. Para tal centrou-se em quatro momentos da história portuguesa – a formação do Regime Liberal, o Ultimatum Inglês, o fracasso da I República e o advento do Estado Novo – onde analisou as relações estreitas dos Estados com a Imprensa na tentativa de veicularem ideologias e de formarem opiniões a si favoráveis. Deste modo, criou-se aquilo a que José Tengarrinha apelidou de “blocos de opinião nacional” contrários a uma verdadeira “opinião pública crítica e esclarecida”.
Tal como avançou o historiador, a sua obra não se restringe apenas ao plano histórico, mas tem ainda a capacidade de promover reflexão, permitindo observar de forma crítica os mecanismos de formação da opinião pública utilizados no passado, e compreender os que actualmente são aplicados.

Num segundo momento, mais interactivo, onde intervieram professores e alunos, discutiu-se a prestação do serviço público de televisão e a sua contribuição para a formação de uma opinião pública crítica. Considerando que essa contribuição não se verifica, Tengarrinha referiu-se às prestações de supostos formadores de opinião como “monólogos” inúteis e pouco esclarecedores, uma vez que os discursos são pessoais e facciosos.
O papel da rádio, nomeadamente os fóruns de opinião pública que convidam à participação dos ouvintes, também foram tema. O historiador não os encara como reflexo de uma opinião pública, nem considera as intervenções populares capazes de criar unanimidade.

No final do debate, Rita Justino, aluna do 3º ano de Ciências da Comunicação, considerou o ensaio do historiador “um instrumento extremamente útil uma vez que permite perceber o nascimento da opinião pública”, mas lamentou o pouco tempo reservado ao confronto de ideias no seminário. Gabriela Borges, investigadora e docente na Universidade do Algarve, realçou a importância dos estudos do autor por fornecerem uma “contextualização histórica” da opinião pública em Portugal. Sublinhou ainda o carácter formativo do seminário semelhante às “velhas academias” em contraste com a prática do ensino hoje em dia.

José Tengarrinha tornou-se um nome incontornável da bibliografia de qualquer estudante de comunicação. Desde a década de 1960, o historiador tem vindo a editar vários livros que tratam o tema da imprensa portuguesa, como Imprensa e Opinião Pública em Portugal. Este trabalho ficará completo brevemente, quando a Nova História da Imprensa Portuguesa chegar aos escaparates das livrarias e às prateleiras das secções de Ciências da Comunicação das bibliotecas.

* Dados recolhidos do weblogue oficial da editora Minerva: http://minervacoimbra.blogspot.com/2006/06/imprensa-e-opinio-pblica-em-portugal.html

Cláudia Vargas Candeias | David Teixeira Fernandes | João Soares Carvalho



The Gift ‘sacodem’ Faro
Abril 28, 2007, 6:41 pm
Filed under: Opinião

No âmbito das comemorações do 25 de Abril, os The Gift deram, na passada quarta-feira, um concerto na baixa de Faro.
Programado para as 21h30, o concerto começou com cerca de quinze minutos de atraso. A banda, esperada ansiosamente pelo público, foi brindada com uma sonora salva de palmas ao entrar em palco.
O largo da Pontinha estava cheio e um mar de gente estendia-se desde a rotunda da Pontinha até à rotunda do Tribunal.
Perante um público bastante participativo, a qualidade da música e a sonoridade tão própria dos The Gift estiveram, sem dúvida, presentes em todo o concerto.

Surgiram em 1994, em Alcobaça, e em 1998 lançaram o seu primeiro álbum comercial “Vinyl”. Este álbum teve tal sucesso que ainda faz vibrar quem o ouve. A prová-lo, a música “The Mirror” foi recebida entre palmas e assobios, com o público acompanhar Sónia Tavares, num momento muito intenso do concerto.
A atitude da banda foi, ao longo de todo o concerto, de motivação e partilha com o público, desde as coreografias propostas aos arranjos improvisados das músicas.
Sónia Tavares, com a sua voz inconfundível, não se cingia a cantar as canções como as conhecemos nos discos e na rádio, brincava com o público fazendo arranjos vocais bastante cativantes e divertidos. Em vários momentos, a assistência participou nas coreografias propostas pela vocalista e não faltaram os tradicionais isqueiros quando a banda interpretou alguns dos êxitos mais conhecidos, como “Music” e “Fácil de entender”. Por várias vezes o público pode cantar os refrões mais conhecidos, que saíram sempre sonoros e em uníssono, mantendo cativados mesmo aqueles que apenas conheciam uma ou duas músicas.
Para os fãs de longa data, faltaram algumas músicas da velha guarda, que muitos estavam ansiosos por ouvir, nomeadamente dos seus dois primeiros discos.

Quase no final do espectáculo, Sónia Tavares foi supreendida por José Apolinário, o Presidente da Câmara de Faro, que subiu ao palco com um ramo de flores para saudar e agradecer à banda pela sua presença.
Após três horas de concerto ao rubro e de duas reentradas em palco por insistência do público, os The Gift despediram-se da multidão e saíram sob forte aplauso. E mesmo enquanto a multidão dispersava ouviam-se ainda, cantarolados, os acordes das músicas mais conhecidas da banda, por entre os grupos de pessoas que abandonavam o local.

O concerto foi muito positivo, não só pela sua qualidade mas também porque são de aplaudir todas as medidas para a dinamização da cidade e para trazer cultura e diversão a esta capital regional, que tanto precisa deste tipo de eventos.

Ana Isa | Ana Filipa Leal | Carla Patrícia Encarnação



Onde estariam os estudantes da UAlg no 25 de Abril de 74?
Abril 28, 2007, 6:07 pm
Filed under: Análise

Passaram 33 anos desde o carismático 25 de Abril de 1974, mas a comemoração da data suscita sempre a reflexão sobre que significado tem para quem nasceu depois dela.
Partindo desta interrogação, fomos em busca de opiniões entre os estudantes da Universidade do Algarve, munidos não propriamente da famosa pergunta de Baptista Bastos “onde estava no 25 de Abril?” mas da variante “onde estarias no 25 de Abril de 74?”. Eis o que descobrimos:

“Estaria em Moçambique porque assim viria com a minha família devido à revolução”, Carla, Ciências da Comunicação;

“Com a falta de liberdade de expressão da altura estaria provavelmente bem longe de Portugal”, Tiago, Ciências da Comunicação;

“Estaria onde tudo aconteceu, porque foi uma data importante, houve muitas revoluções e foi bom para o povo português”, Raquel, Gestão Hoteleira;

“Gostaria de estar a ajudar à revolução sem, no entanto, fazer parte dela”, Tiago Sacramento, Ciências da Comunicação;

“Nas ruas, junto às pessoas por ser uma luta importante”, Gonçalo Matos, Turismo;

“Estaria em Portimão sem ter conhecimento do que se estava à passar”, Fábio, Ciências da Comunicação;

“Se vivesse em Lisboa estaria nas ruas, se estivesse noutro local festejaria de outra forma”, Sara, Turismo;

“Estaria ao lado dos revolucionários porque sou uma pessoa que acha que devemos todos ter os nossos direitos, nomeadamente liberdade de expressão sem ter qualquer limitação”, Diana Gomes, Ciências da Comunicação;

“Noutro país, porque sou muito pacífica”, Isabel, Turismo;

“Na tropa, para ajudar a revolução no local”, Rui Machado, Engenheiria Mecânica;

“Eu gostaria de ser daquelas pessoas que entregavam os cravos, porque acho que o gesto significa muito, é a coragem e a ousadia”, Verónica, Ciências da Comunicação;

“Em Lisboa para fazer parte da manifestação”, Carlos Antunes, Engenheiria Mecânica;

“Na revolução a reivindicar pelos meus direitos”, Catarina, Educação de Infância;

“Escondida por baixo da cama para fugir à revolução”, Andreia, Educação de Infância.

Num universo de catorze opiniões repartidas pelas três escolas do Campus da Penha, apurámos que os ideais da revolução e da liberdade ainda marcam esta geração. Há quem tenha preferido esconder-se debaixo da cama ou estar bem longe, sem saber, contrastando com os que queriam participar na revolução, distribuindo os cravos ou lutando lado a lado com os revolucionários.
Como era de prever não houve unanimidade nas opiniões, mas fica a promessa de que numa próxima revolução não faltarão estudantes corajosos e dispostos a lutar pela liberdade.

Filipe Silva | João Carrilho | Jorge Palma