Redacção 102


Onde estariam os estudantes da UAlg no 25 de Abril de 74?
Abril 28, 2007, 6:07 pm
Filed under: Análise

Passaram 33 anos desde o carismático 25 de Abril de 1974, mas a comemoração da data suscita sempre a reflexão sobre que significado tem para quem nasceu depois dela.
Partindo desta interrogação, fomos em busca de opiniões entre os estudantes da Universidade do Algarve, munidos não propriamente da famosa pergunta de Baptista Bastos “onde estava no 25 de Abril?” mas da variante “onde estarias no 25 de Abril de 74?”. Eis o que descobrimos:

“Estaria em Moçambique porque assim viria com a minha família devido à revolução”, Carla, Ciências da Comunicação;

“Com a falta de liberdade de expressão da altura estaria provavelmente bem longe de Portugal”, Tiago, Ciências da Comunicação;

“Estaria onde tudo aconteceu, porque foi uma data importante, houve muitas revoluções e foi bom para o povo português”, Raquel, Gestão Hoteleira;

“Gostaria de estar a ajudar à revolução sem, no entanto, fazer parte dela”, Tiago Sacramento, Ciências da Comunicação;

“Nas ruas, junto às pessoas por ser uma luta importante”, Gonçalo Matos, Turismo;

“Estaria em Portimão sem ter conhecimento do que se estava à passar”, Fábio, Ciências da Comunicação;

“Se vivesse em Lisboa estaria nas ruas, se estivesse noutro local festejaria de outra forma”, Sara, Turismo;

“Estaria ao lado dos revolucionários porque sou uma pessoa que acha que devemos todos ter os nossos direitos, nomeadamente liberdade de expressão sem ter qualquer limitação”, Diana Gomes, Ciências da Comunicação;

“Noutro país, porque sou muito pacífica”, Isabel, Turismo;

“Na tropa, para ajudar a revolução no local”, Rui Machado, Engenheiria Mecânica;

“Eu gostaria de ser daquelas pessoas que entregavam os cravos, porque acho que o gesto significa muito, é a coragem e a ousadia”, Verónica, Ciências da Comunicação;

“Em Lisboa para fazer parte da manifestação”, Carlos Antunes, Engenheiria Mecânica;

“Na revolução a reivindicar pelos meus direitos”, Catarina, Educação de Infância;

“Escondida por baixo da cama para fugir à revolução”, Andreia, Educação de Infância.

Num universo de catorze opiniões repartidas pelas três escolas do Campus da Penha, apurámos que os ideais da revolução e da liberdade ainda marcam esta geração. Há quem tenha preferido esconder-se debaixo da cama ou estar bem longe, sem saber, contrastando com os que queriam participar na revolução, distribuindo os cravos ou lutando lado a lado com os revolucionários.
Como era de prever não houve unanimidade nas opiniões, mas fica a promessa de que numa próxima revolução não faltarão estudantes corajosos e dispostos a lutar pela liberdade.

Filipe Silva | João Carrilho | Jorge Palma


Deixe um Comentário so far
Deixe um comentário



Deixe um comentário